Mudança de Outono

Tinha pensado numa vida diferente, e depois tu foste embora. Eu lutei para não pensar em ti. Fizeram-me não pensar em ti. Eu beijei e abracei. Não fiz nada mais, porque o meu corpo ainda te pertence. O ser humano tende a procurar o que o satisfaz. Na altura, nenhuma satisfação possível com outro alguém me parecia correcta. O corpo de outra pessoa nas minhas mãos é estranho, e o meu corpo nas mãos de um estranho é ainda pior. Ainda sou um pouco tua, por muito que já nada te seja. Ele disse-me «não posso gostar de ti porque ainda gostas dele, mesmo que digas que não» e eu não desmenti. Não sei o que sinto por ti.