13 de janeiro de 2011

De feminismos

Será mesmo tudo como pintamos? Ou será que a nossa mente, na sua ligação inseparável com o cérebro, faz questão de transformar todos os passos da vida numa grande hipérbole?

Há coisas que não se esquecem, coisas que com o tempo (seja ele muito ou pouco) se vão entranhando na nossa cabeça, no nosso coração, na razão das coisas e se tornam assim uma verdade finita. O que acontece então quando a verdade se torna mentira, e tudo aquilo que foi absorvido está demasiado cá dentro para sair? Cada um de nós tem o seu tempo para lidar com aquilo que o magoa. O que acontece quando o tempo, ao inverso da verdade, é infinito? E tudo aquilo que ouvimos, que lemos, que vemos, se apoderam de quem somos e nos controlam... Tomam conta de nós e estão presentes naquilo que somos. Tomam conta das nossas afectividades e do nosso estado de humor, inconscientemente? 

Falo por nós, mulheres, que ao longo da vida somos preparadas para um mundo que, de certa forma, aceita melhor as raparigas magras do que as gordas. As mais altas do que as mais baixas. As invulgares às vulgares. As loiras às morenas. Os olhos rasgados aos redondos. E a lista continua... 
Somos preparadas para ter uma certa forma de viver, seja em casa, em publico, em privado. Porque mulher não arrota, porque mulher não cruza a perna em publico. Porque mulher usa maquilhagem. Porque mulher tem de ser elegante e vestir-se de determinada forma. Porque mulher é mulher, e assim, tem de ser o contrário do homem tipicamente másculo e despreocupado. 

Porque na minha opinião, a mulher antes de ser mulher é ser humano. Não é diferente, não é outra. Mulher é a figura feminina do mundo. É a parte afectiva das coisas. É sensibilidade. É cuidado. E repito: antes de ser mulher, sou ser humano. Ser humano. Sou humana. Tal como todos. 

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