- Onde é que vais ?
- Apanhar ar, porquê ? Não posso ?
- Não me respondas com uma pergunta, vais apanhar ar porquê? Aconteceu alguma coisa?
- Não. Fui.
E bateu a porta, como se estivesse a testar a longevidade da fechadura. De repente, abre a porta outra vez.
- Esqueci-me da carteira.
Correu rapidamente pelas escadas acima e em 10 segundos se pôs cá em baixo.
- Vens a tempo de almoçar?
E bateu com a porta outra vez, começo a ficar impaciente. Odeio quando me deixam a falar sozinha.
É o terceiro dia em que está assim comigo e não percebo porquê, faço tudo o que posso para que não tenha razões de queixa: faço a cama, dobro os boxers e as meias, preparo o pequeno-almoço e por vezes ainda o deixo na mesa de cabeceira, faço almoço e jantar. Não engordei, as minhas mamas estão como sempre estiveram e dou-lhe mais beijos do que as leoas aos filhos recém-nascidos.
17:00h
- Ana, cheguei.
- Como estás ?
- Bem, como querias que estivesse?
- Como queria? Sinceramente queria que estivesses um bocadinho mais preocupado connosco. Já viste como isto está a ficar? Acordas, tomas o pequeno-almoço que eu te faço e 'tá a andar, chegas a casa, pões os pés em cima da mesa da sala que eu tenho de limpar todos os dias antes de ir fazer o jantar! Tenho 23 anos, não tenho 60. Vê se mudas.
E nem um piu. O silêncio reinou naquela casa durante horas.
20:12h
- Ana, desculpa.
- Desculpa de quê?
- Da forma como tenho sido para ti. A culpa não é tua...
- Conheceste alguém?
- Não! Estás doida? Claro que não.
- Ah, então o que é que foi?
- Andamos depressa demais...
- Ok, tens razão. Andamos depressa demais, se calhar vivermos juntos tão cedo não foi a melhor ideia, mas foi a única ideia que tivemos, e desculpa eu se te pressionei. Mas olha, se achares que te sufoco diz-me, mais vale agora do que mais tarde. Lembra-te do que te falei quando começamos, é como uma bola de neve...
- Exacto, e por isso é que te quero pedir desculpa, não volta a acontecer. Pelo menos vou tentar, prometo. Ah, e hoje de manhã apanhei o autocarro e fui para a praia correr, tinha saudades. Mas mal lá cheguei percebi que do que realmente eu tinha saudades era de ti.
- Oh xuxu de morango, eu morri de saudades tuas aqui presa em casa sem saber o que fazer.
- Agora deixa, eu amo-te, não te devias ter esquecido disso.
- Podias já não me amar...
- Não se deixa de amar de um dia para o outro, Ana.
obrigada minha qerida :')
ResponderEliminarolha, as q tão identificadas são mesmo minhas e dele, ou até so minhas, tudo o resto é no Deviantart :)
beijinho
ADOREI MESMO O TEXTO !
ResponderEliminardesculpa a invasão , beijo .
Catarina, está lindo! :|
ResponderEliminarwow
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