8 de setembro de 2011

Feelings 3

Here's the deal: eu gosto de ter o meu espaço e detesto que me pressionem; gostava que as pessoas me percebessem sem ser preciso eu dizer nada, que é como quem diz ter um balãozinho de fala acima da minha cabeça com todos os meus pensamentos. Infelizmente isso não é possível (pelo menos em 2011) e às vezes custa-me entender isso. Também me custa quando me quero fazer entender e mesmo assim as pessoas não entendem o que eu quero dizer ou a que ponto quero chegar. Irrita-me. Irrita-me que algumas pessoas não sejam inteligentes como eu. E não é arrogância dizer isto, é a verdade pura. Não sou um génio, mas provavelmente vou ser das pessoas mais inteligentes que podes conhecer na vida. Gosto de dar abraços e beijos mas só quando me apetece, não todos os dias. Embora isso acabe por magoar alguém. Sou daquelas pessoas que pressente as coisas antes de elas acontecerem e faço um quantidade exagerada de filmes na minha cabeça. É pena que esses filmes sejam sempre negativos para mim e para aqueles que me rodeiam. Até podia chegar aqui, onde as pessoas não me conhecem, e dizer: podem falar o que quiserem de mim porque eu não ouço, porque tenho as costas bastante grandes e aguento com tudo. Estaria a mentir. Eu ouço tudo o que as pessoas dizem, seja a minha família, seja os meus amigos, outra família, ou pessoas que não me conhecem. Eu ouço e levo tudo a peito. Isso é uma das minhas grandes fraquezas: levar tudo a peito. Mas é uma fraqueza que eu sei que me vai levar longe, porque quanto mais mal me fazem mais eu fortaleço. A consequência disso é que pode não me levar muito longe, porque quanto mais eu fortaleço mais barreiras crio à minha volta e menos confio nas pessoas. Até ao dia em que estamos hoje já me magoaram muito e eu ultrapassei tudo. Tudo o que possam imaginar. Não só "aquele rapaz" que eu gostava e não quis nada comigo, foi muito além disso. Não só "aquele telemóvel" que eu queria e os meus pais não me deram, foi muito além disso.
Graças a Deus nunca tive problemas como a morte de um parente muito próximo, ou falta de comida em casa, ou ter sido violada. Mas são outras coisas que doem muito. Muito.
Mais coisas sobre mim?
Gosto muito de me sentir apaixonada, mas não sinto. Infelizmente não sei se o estado em que estou com uma pessoa irá levar a algum lado porque só sinto dor quando estou com ela. Dor, nada mais. Uma dor tal que me levou a achar-me menos do que os outros de uma maneira inexplicável. Menos do que a rapariga do lado; menos do que a vizinha; menos do que a rapariga que entrou no autocarro; menos do que a rapariga ao fundo na praia; menos do que a rapariga no escorrega de matosinhos; menos do que a namorada do amigo dele; menos do que todas no fundo. E dói imenso ser a rapariga do fundo, a última. Desde aquele dia, ele sabe, foi como se me tivesse traído só com os olhos. Desde esse dia a confiança que crescia à uns 5 meses abalou e nunca mais deu sinais de vida. O que veio a derrapar como uma bola de neve até agora. Não suporto nem olhar para a cara dela, e só de pensar que ela vai estar lá na escola nem me dá vontade de ir. E como tenho de ir para o meu 12º ano talvez a melhor maneira seja deixá-lo à distância e livre para ela, ou para outras como ela.
E digo aqui e agora, que se isto acabar eu irei mudar totalmente. E talvez nunca mais confie em ninguém.

Eu sou assim, cheia de defeitos e bichinhos na cabeça. Ele diz que me ama, mas não será ilusão? Será que se realmente ele me amasse no verdadeiro sentido da palavra teria necessidade de olhar para outras raparigas e de devorar a outra com os olhos? Eu não penso assim. E acho que a vontade dele que eu o perdoe e lhe dê outra oportunidade é por ter medo de perder a pessoa que se gosta por causa de um erro próprio. Se o erro fosse meu provavelmente iria-lhe custar menos. E é engraçado e até um pouco irónico, que no meio de tantos defeitos meus esta relação de um ano acabe por causa do único defeito dele.

Elementar, caro Watson.

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