31 de agosto de 2010

Sinto que não te vejo à meses. Anos talvez. Fico com as mãos suadas, o coração palpita forte, muito forte. Tudo corre na minha cabeça tão ou mais rápido que uma bola ou qualquer outro objecto circular por uma colina abaixo. Até chega a ser mais real do que a realidade sentir a minha mão no teu peito se a estender levemente sobre o ar. O ar, esse que te levou. Esse que muda conforme lhe apetece. Tal como o meu coração. Este já não é esse. Este é este, é o meu. É o meu coração. Que não tem culpa, coitado, de se ter apaixonado pelo teu. Conheço mais uns poucos assim, que se apaixonaram pelo teu coração quando ele quase nada tem para lhes dar. É injusto. É ingrato. Mas é assim. E quem não se quiser apaixonar por ti então que não te conheça. Que não se chegue perto. Que não te veja sequer.
Chega a ser insurdecedor o barulho que o teu coração fazia, no dia em que o ouvi e no dia em que o senti. No primeiro dia, aquele primeiro de todos em que o maior dos obstáculos te impedia e não te impediu, de me beijares... Sabes? Nesse dia ficamos provavelmente 5 minutos com os lábios encostados um no outro sem que nenhum fizesse nada. Sentiamos a respiração um do outro, tão calma como o vento de verão. Já os corações, com esses foi outra história. Senti tanto o teu coração que nem sabia se era o teu ou o meu.
No fundo, continuo a esperar sentir isso outra vez. Sentir-me tão feliz que não sou capaz de comer ou de dormir o meu sono de beleza. Sentir que nada me afecta sem seres tu, que afectas sempre. Com essa maneira de ser, playmática, em que aparentas só querer saber de ti e não dos outros. Em que demonstras nada te afectar sem ser o que não consegues controlar. O pior é controlares tudo e infelizmente eu ter deixado que me conheçesses à dois anos atrás, em que tudo me controlava.
Oh pra mim, a fazer beicinho. A fazer beicinho só por continuares a ser a minha almofada amarela.
Olha, sabes que mais? Amo-te. E não sei que te dizer mais. Por mais que queira. Por mais que pense que te quero ter comigo e prometer a mim mesma que não te vou controlar nem pedir mais do que o que tenhas para me dar. Não consigo. Quero sempre saber quando será a próxima vez que estarei contigo e se estás bem. Acho que me deves isso. Acho mas não tenho a certeza, porque como sempre, nunca tenho a certeza se mereço alguém que me dê tudo o que tu não dás. Há dias em que acho que sim, outros que não. Como hoje. Em que digo a mim mesma que és o máximo que consigo, que me chegas, que me satisfazes e que estou óptima contigo. Algo me diz, talvez o anjo em cima de um dos meus ombros que não é assim. Que alguém como eu não merece tão pouco.
Pouco ou não, esqueço-me de que eras o meu melhor amigo. E nunca tinha tanto concentrado numa só pessoa. Mas agora, sei que não podemos separar mais as coisas. Ou é tudo ou nada. Ou é meio como foi naqueles dois meses.
Só te peço, por favor, diz-me o que é que queres fazer com isto. Porque senão nunca mais saio daqui!

«Why you wanna break my heart again/Why am I gonna let you try/If all we ever do is say goodbye?»

2 comentários:

  1. gosto do teu blogue...
    escreves muito bem!(;

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  2. "Este já não é esse. Este é este, é o meu. É o meu coração. Que não tem culpa, coitado, de se ter apaixonado pelo teu." Bem verdade.
    Talvez se pudessemos escolher de quem gostar tudo fosse um pouco mais fácil, mas a vida perdia-se um bocadinho...
    Apesar de doer, é isso que nos faz viver. Também.

    Não te quero triste, chora o que tens a chorar, mas depois limpa as lágrimas, ou limpo-tas eu. Mas não te quero mal.

    Adoro-te.

    (John Mayer dá banda sonora para qualquer coisa :') )

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