Estou a pensar desistir da praxe. E eis o porquê: eu aceito brincadeiras, aceito cantar nas ruas, aceito contar anedotas, aceito abraçar pessoas que não conheço, aceito até ficar "de quatro" uns bons minutos (por muito que me doa um joelho); mas quando as coisas passam para berros nos meus queridos ouvidos e insultos à dignidade de cada ser humano, isso para mim já não é válido. Sermos insultados dos pés à cabeça, humilhados em praça pública por sermos feias, gordos, por usar tops, por pintar as unhas, etc., berrar-nos aos ouvidos que temos de correr, que somos uns atrasados, uns burros de merda, e outras lindas coisas mais... Isso para mim é exagero e por alguma coisa eu não fui para a tropa.
Claro que eu não me deixo abater à frente deles, porque é isso que eles querem, mas quando chego a casa sinto-me mal, desconfortável, até dou comigo a olhar para o chão como fiz o dia todo a mando deles. Se calhar sentia-me melhor se saísse de lá e soubesse que alguém que me ama estava à minha espera. E eu pudesse chegar ao lado dele e ouvir um "és a melhor pessoa do mundo" depois de ser insultada durante horas. Mas isso não acontece. E eu hoje já nem fui, nem sei se vou mais.
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