27 de outubro de 2011

You deserve someone better than me

Mágoa. Regelada pelo vento que me bate na cara. Não desliza, não. Bate. Bate forte e magoa. Não magoa tanto como a mágoa com que me deixas hoje, contudo. Dói saber, conhecer o facto, de que existem mais pessoas que se adaptariam a ti tal como eu o fiz, dói saber, ter conhecimento, de que isso é uma forte probabilidade nos meses que se avizinham. Dói saber, só saber, que sou apenas uma pessoa no meio de tanta coisa tão ou mais poderosa do que eu: tu; outras pessoas; um país; um continente; o mundo; a via láctea; uma estrela; o Universo. Quanto mais perguntas faço menos sei. E quando penso dói-me. Com isto, aprendi duas coisas: talvez seja a reencarnação do Fernando Pessoa, e que a minha amigdala funciona perfeitamente, visto que o medo de te perder é imenso. Não sei bem porquê, é até um pouco irracional. E tenho medo deste medo, porque caso este se torne irracional deixa de ser um medo e passa a ser uma fobia.

Fobia de te perder. Será que isto tem nome? Vou procurar... "035. Anuptofobia. Medo de ficar solteiro(a)." Não. Eu não tenho medo de ficar solteira, só solteira de ti. "039. Astenofobia. Medo mórbido de ser ou parecer fraco." E ainda só vou em 39. Bem, não há fobia para isso, mas porque não ser eu a criá-la?


Encontrei este site: http://www.vivercomalma.com.br/txt/medo.de.perder.htm
Provavelmente é verdade. Talvez ele não me pertença realmente por ser uma pessoa e não uma coisa. Talvez eu não o deixe ser livre por medo que ele me fuja. E o que é isso? Insegurança. Saber que se o largar, ele irá fugir. Para isso comprava um cão e tinha esse medo com ele, porque o cão é um animal e pode fugir. As pessoas não. O ser humano tem consciência das suas atitudes, sente e sabe o que sente. (Numa aula de psicologia, uma amiga perguntou se havia algo no nosso cérebro que se responsabilizasse pela mentira. E aqui vai a resposta: a única razão pela qual se mente é por termos a consciência de que irão haver consequências negativas caso digamos a verdade.)

A tristeza que me enregela o peito vai desaparecendo, porém, a mágoa fica. Essa e o medo. Esses dois estupores que me estragam todos os dias e fazem com que caia chuva no meu quarto. Dois monstros que todas as noites repõem a carga que descarregou durante o dia. Bateria viciada tenho eu, bateria ilimitada têm eles. Imbecis. Parvalhões. Destroem-me a mim e ao que me rodeia. Fazem-me ser fria, agir de forma a não ser mesmo eu, a falar agressivamente e espontaneamente aos que mais amo, a fazer-lhes mal. São monstros, repito, afirmo e insisto. "Bad dreams, bad dreams go away. Good dreams, good dreams here to stay" ou "Monstro dos pesadelos, conta as areias de todos os mares tantas vezes quantas estrelas o universo tem."

Estou cansada.

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