Não tenho gostado de estar na escola. Todo aquele cenário grandioso me faz achar aquilo um pouco absurdo. Mas apenas e só por uma razão: psicologia não é o meu sonho. Humanidades não é o meu sonho. Nada daquela escola é o meu sonho. Talvez porque desde á uns anos para cá percebi que sonho é mesmo isso, um ideal do possível. Se disser qual é a base do que me domina todos vão dizer "poooois, isso é o sonho de todos, isso todos querem e ninguém o consegue, até porque é preciso muito mais do que querer" e blá blá whiskas saquetas. É uma pena que num mundo como este seja a minha geração a primeira a começar a mudar isto tudo. Se eu tivesse nascido daqui a uns anos já a minha mãe me apoiava nas Artes em vez de dizer que isso não dá futuro aqui em Portugal. Arrastando este assunto, vem outro sonho. Mas não esclareci o primeiro: seguir o mundo da Arte é ser actriz, cantora, modelo e bailarina por esta ordem de preferência. Actriz - segundo a minha mãe (que pensa que o meu horizonte é Portugal) ser actriz não traz estabilidade financeira e considera isto uma coisa absolutamente ridícula. Cantora - mais uma vez, os meus pais não me apoiam neste sector, desta vez são os dois. Eles não são DE TODO maus pais, apenas não percebem esta parte de mim. Modelo - isto está quase no inalcançavel do que poderia fazer porque teria de emagrecer uns 25kg para ser como super modelos e a beleza estonteante não calha a todas. Mas ao ver aquelas revistas ali atrás no meu armário cresce-me um brilho nos olhos que é de outro mundo. Bailarina - não é de grande preferência em relação ás outras, talvez a considerasse como um hobbie e como ajuda a perder aqueles valentes 25kg.
O segundo sonho referido é viver em Nova Iorque. Desde que vi aquela cidade como a base de tudo, sou fascinada. Dantes era doida por Paris e embora esse desejo não tenha desaparecido cada vez mais penso que em ny seria mais aconchegante para mim.
Tudo isto não passa de imaginável inalcançável mas deixem-me sonhar nos meus 15 anos. (É uma pena que não se torne realidade).
Desde que me lembro que considero isto como um valor máximo, como se tudo se resumisse a isso. Mas claro, nunca fiz nada para o atingir. Não posso. Há coisas que não me permitem. E talvez por isso nunca vou passar de uma psicóloga a aconselhar os outros a seguirem os seus valores máximos enquanto tenho uma fotografia de tamanho XXL com Nova Iorque estampada numa parede do consultório com mais umas fotografias de modelos no pc.
Com isto me despeço, e pela primeira vez, abordo este assunto sem chorar, o que é um grande feito para mim. Se calhar foi por ter escrito tão rápido que nem tive tempo de pensar, porque quando falo sobre isto comigo própria em frente ao espelho (e não a ninguém porque tenho a certeza que o considerariam estúpido) desato a chorar como um bebé a querer chupeta. É impressionante. Paz.
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